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cara, eu tava revisando uns posts antigos e, meu, como eu digito mal! milhaaares de erros.
foi mal, pessoal. eu prometo que vou tentar prestar mais atenção. acho que é tudo culpa da auto-correção do ms word. me acostumei mal, tomei.
terça-feira, janeiro 21, 2003
UM OUTRO MUNDO É POSSÍVEL
agora eu era repórter desse blog e ia para um evento mundial cobrir as notícias. o evento ia ser um lugar para discutir como fazer do mundo um espaço melhor e mais legal para todos. e daí eu ai e ai ser muito legal. e zás, e zás, e...
se der, eu prometo mandar notícias do fsm para esse blog, ok? boa viagem para mim e um beijo para todos.
agora eu era repórter desse blog e ia para um evento mundial cobrir as notícias. o evento ia ser um lugar para discutir como fazer do mundo um espaço melhor e mais legal para todos. e daí eu ai e ai ser muito legal. e zás, e zás, e...
se der, eu prometo mandar notícias do fsm para esse blog, ok? boa viagem para mim e um beijo para todos.
segunda-feira, janeiro 20, 2003
eu e jorge amado: do mesmo gênio do gerador de músicas tribalistas. clique aqui para escrever como J. Amado, ou aqui para ser um Engenheiro do Havaí.
De quando olelê novamente escutou selma
A lavoura de cacau pedia trégua. A fazenda Sete Santos já não agüentava mais tanta devastação e pedia clemência da vassoura de bruxa. Da mesma forma que a cidade inteira pedia alguma solução. Enquanto coronel José Inocêncio especulava na capital alguma forma lucrativa de negociar a venda da sua propriedade, Selma apelava para que Olelê mandasse embora aquela maldição. Com os homens sem dinheiro, ela e suas cabritas não tinham futuro. O descontentamento estava sendo substituido pelo desânimo. As carolas seriam as únicas felizes, porque só elas dão valor para a tristeza.
Até o paciente Haddim foi visto chutando um lustre e gritando para a poeira que se levantava na frente da venda:
- Afinal, quem é esse tal de George W. Bush?
O cabra tinha enlouquecido. Não havia mais o cheiro de aipim saindo das janelas. A praga extinguiu também a possibilidade de possuir mandioca nas despensas. Não havia lugar nem mais para o solidão. Foi assim até o dia em que viram Selma embrulhar. Era o sinal. Sempre que Olelê a ouvia, isso se repetia. Dito e feito. Em um mês a praga abandonava a cidade, a fazenda Sete Cantos e os pesadelos de Selma, que - depois de ser ouvida -, resolveu toda noite em total descontentamento, dançar e exibir sua besta barriga na frente da igreja, sem ligar para a oculta ameaça de uma escova de dentes.
De quando olelê novamente escutou selma
A lavoura de cacau pedia trégua. A fazenda Sete Santos já não agüentava mais tanta devastação e pedia clemência da vassoura de bruxa. Da mesma forma que a cidade inteira pedia alguma solução. Enquanto coronel José Inocêncio especulava na capital alguma forma lucrativa de negociar a venda da sua propriedade, Selma apelava para que Olelê mandasse embora aquela maldição. Com os homens sem dinheiro, ela e suas cabritas não tinham futuro. O descontentamento estava sendo substituido pelo desânimo. As carolas seriam as únicas felizes, porque só elas dão valor para a tristeza.
Até o paciente Haddim foi visto chutando um lustre e gritando para a poeira que se levantava na frente da venda:
- Afinal, quem é esse tal de George W. Bush?
O cabra tinha enlouquecido. Não havia mais o cheiro de aipim saindo das janelas. A praga extinguiu também a possibilidade de possuir mandioca nas despensas. Não havia lugar nem mais para o solidão. Foi assim até o dia em que viram Selma embrulhar. Era o sinal. Sempre que Olelê a ouvia, isso se repetia. Dito e feito. Em um mês a praga abandonava a cidade, a fazenda Sete Cantos e os pesadelos de Selma, que - depois de ser ouvida -, resolveu toda noite em total descontentamento, dançar e exibir sua besta barriga na frente da igreja, sem ligar para a oculta ameaça de uma escova de dentes.
e a lição de casa do Robin. ah, e querido, seu comments tá falhando. mas vai o recado: só não posso dizer que você é quase um poeta.
QUASE NÃO É TUDO, MAS TUDO É QUASE
essa foi a brilhante conclusão de uma conversa altamente etílica com alguns amigos num churrasco. e a frase foi tão brilhantemente conclusiva mesmo, que eu tive que usá-la na minha lição de casa. foi o seguinte, nós ficamos todos tão encantados com a descoberta de um tema novo e fascinante como o quase -- e verdade seja dita, estávamos tão bêbados que viajamos ainda mais -- que nos obrigamos a chegar em casa e escrever um texto sobre o quase. e aqui estou eu, sem lembrar de metade da conversa que tanto me encantou, e, ainda por cima, tendo que escrever sobre ela. very coll.
bom, vou voltar para o que mais me encantou, a vertente principal da conversa que acabou levando ao conclusivo "quase não é tudo, mas tudo é quase". essa frase foi precedida por uma quase-acertada conclusão: "quase é tudo". não precisa analizar muito para descobrir que se quase fosse tudo, não seria quase, seria tudo. (depois disso a gente descobriu que a diferença entre o quase e o tudo pode ser representada, com o mesmo grau de exatidão, por números matemáticos de grandezas muito diferentes) mas, finalmente, o que me encantou da descoberta foi o primeiro passo que levou a essas conclusões, sem probabilidades matemáticas ou análises heiddegerianas. foi o que o quase representa na vida de cada um.
o quase é o ápice de qualquer história de cinema, por exemplo -- é o topo da chamada curva dramática. isso porque enquanto se está no quase não importa qual será o desfecho, importa que alguma coisa (quase) vai acontecer. quando isso se concretiza, acaba a expectativa, a emoção. a adrenalina morre com o quase. depois disso, alguma outra emoção nascerá e terá um veio bom ou ruim de acordo com o desfecho que a provocou, mas nenhuma superará a grandeza de ser quase.
é isso. ou quase isso.
essa foi a brilhante conclusão de uma conversa altamente etílica com alguns amigos num churrasco. e a frase foi tão brilhantemente conclusiva mesmo, que eu tive que usá-la na minha lição de casa. foi o seguinte, nós ficamos todos tão encantados com a descoberta de um tema novo e fascinante como o quase -- e verdade seja dita, estávamos tão bêbados que viajamos ainda mais -- que nos obrigamos a chegar em casa e escrever um texto sobre o quase. e aqui estou eu, sem lembrar de metade da conversa que tanto me encantou, e, ainda por cima, tendo que escrever sobre ela. very coll.
bom, vou voltar para o que mais me encantou, a vertente principal da conversa que acabou levando ao conclusivo "quase não é tudo, mas tudo é quase". essa frase foi precedida por uma quase-acertada conclusão: "quase é tudo". não precisa analizar muito para descobrir que se quase fosse tudo, não seria quase, seria tudo. (depois disso a gente descobriu que a diferença entre o quase e o tudo pode ser representada, com o mesmo grau de exatidão, por números matemáticos de grandezas muito diferentes) mas, finalmente, o que me encantou da descoberta foi o primeiro passo que levou a essas conclusões, sem probabilidades matemáticas ou análises heiddegerianas. foi o que o quase representa na vida de cada um.
o quase é o ápice de qualquer história de cinema, por exemplo -- é o topo da chamada curva dramática. isso porque enquanto se está no quase não importa qual será o desfecho, importa que alguma coisa (quase) vai acontecer. quando isso se concretiza, acaba a expectativa, a emoção. a adrenalina morre com o quase. depois disso, alguma outra emoção nascerá e terá um veio bom ou ruim de acordo com o desfecho que a provocou, mas nenhuma superará a grandeza de ser quase.
é isso. ou quase isso.
sábado, janeiro 18, 2003
cinematográfico
eles saem do bar completamente embriagados. ele leva ela até o carro, ela fala, com um pouquinho de medo:
-querido, acho melhor a gente não namorar mais.
silêêêêêêêêêêêêêêêêêêêncio.
-você não vai falar nada?
-é, eu também estava pensando nisso. acho melhor mesmo.
pluft. a pirâmide de argumentos que ela tinha estruturado (em ordem de grandeza) para facilitar a compreensão dos motivos que os fariam mais felizes separados do que juntos, bem, a pirâmide desmoronou. ela sorri para ele:
-você é foda, sabia?
-ah, porque?
-nem pra terminar o namoro a gente consegue brigar.
-eu sei, vou ter que melhorar esse aspecto. i´ll work on that...
pequena pausa. ela encosta a cabeça no ombro dele.
-vamos transar uma última vez? ele pergunta.
ela olha para o chão: acho melhor não, diz baixinho.
-eu precisava perguntar, se não ia me doer. então vamos tomar uma cerveja em outro lugar, eu não queria terminar a conversa por aqui.
eles entram no carro e param numa padaria 24 horas. para ele uma garrafa de cerveja, para ela água e uma empanada.
-você é um péssimo motorista, sabia? desculpa, agora que você não é mais meu namorado, eu tinha que dizer.
ele ri: eu sei, he he he.
-você escolheu um dia ruim para terminar comigo – ele diz, cara de sério, mas o sorriso escondido nos lábios.
-porquê?
-estou com uma garrafa de chandon brut e um vidro de loção para massagem no meu carro.
-uh, droga! – pausa – já estou com inveja da sua próxima namorada.
-todas elas falam isso.
ela ri: porra, nem na hora de terminar um relacionamento eu consigo ser original!
eles sorriem um para o outro. no canto do salão da padaria começa uma briga. eles não percebem, continuam se olhando e sorrindo.
(a câmera começa a dar um zoom out e um travelling para trás.) do canto da janela se vê o céu claro de uma nova manhã em são paulo.
eles saem do bar completamente embriagados. ele leva ela até o carro, ela fala, com um pouquinho de medo:
-querido, acho melhor a gente não namorar mais.
silêêêêêêêêêêêêêêêêêêêncio.
-você não vai falar nada?
-é, eu também estava pensando nisso. acho melhor mesmo.
pluft. a pirâmide de argumentos que ela tinha estruturado (em ordem de grandeza) para facilitar a compreensão dos motivos que os fariam mais felizes separados do que juntos, bem, a pirâmide desmoronou. ela sorri para ele:
-você é foda, sabia?
-ah, porque?
-nem pra terminar o namoro a gente consegue brigar.
-eu sei, vou ter que melhorar esse aspecto. i´ll work on that...
pequena pausa. ela encosta a cabeça no ombro dele.
-vamos transar uma última vez? ele pergunta.
ela olha para o chão: acho melhor não, diz baixinho.
-eu precisava perguntar, se não ia me doer. então vamos tomar uma cerveja em outro lugar, eu não queria terminar a conversa por aqui.
eles entram no carro e param numa padaria 24 horas. para ele uma garrafa de cerveja, para ela água e uma empanada.
-você é um péssimo motorista, sabia? desculpa, agora que você não é mais meu namorado, eu tinha que dizer.
ele ri: eu sei, he he he.
-você escolheu um dia ruim para terminar comigo – ele diz, cara de sério, mas o sorriso escondido nos lábios.
-porquê?
-estou com uma garrafa de chandon brut e um vidro de loção para massagem no meu carro.
-uh, droga! – pausa – já estou com inveja da sua próxima namorada.
-todas elas falam isso.
ela ri: porra, nem na hora de terminar um relacionamento eu consigo ser original!
eles sorriem um para o outro. no canto do salão da padaria começa uma briga. eles não percebem, continuam se olhando e sorrindo.
(a câmera começa a dar um zoom out e um travelling para trás.) do canto da janela se vê o céu claro de uma nova manhã em são paulo.
quinta-feira, janeiro 16, 2003
terça-feira, janeiro 14, 2003
flicking books
eu me lembrava de no intercâmbio ter ouvido o verbo to flick relacionado a canais de televisão, tipo o cara que não consegue assistir a um só canal, aí ele fica flicking channels. bom, procurei no dicionário e não achei nada que comprovasse minhas memórias.
ainda assim, essa é a sensação que estou sentindo hoje. mas não em relação à televisão, e sim aos livros. pego um, leio suas páginas iniciais com algum interesse, mas sabendo que não chegarei até o fim. aí vem alguma coisa parecida com um intervalo comercial. não que o livro perca a graça lá pelas tantas. parece mais uma coisa temporal. o livro continua interessante, mas eu paro de ler porque acabou o tempo.
vou, faço qualquer outra coisa e pego outro livro. bob dylan, sociologia, capitães da areia, oscar wilde, teorema do papagaio, allan poe. já nem sei por que aprendi a ler um dia.
eu me lembrava de no intercâmbio ter ouvido o verbo to flick relacionado a canais de televisão, tipo o cara que não consegue assistir a um só canal, aí ele fica flicking channels. bom, procurei no dicionário e não achei nada que comprovasse minhas memórias.
ainda assim, essa é a sensação que estou sentindo hoje. mas não em relação à televisão, e sim aos livros. pego um, leio suas páginas iniciais com algum interesse, mas sabendo que não chegarei até o fim. aí vem alguma coisa parecida com um intervalo comercial. não que o livro perca a graça lá pelas tantas. parece mais uma coisa temporal. o livro continua interessante, mas eu paro de ler porque acabou o tempo.
vou, faço qualquer outra coisa e pego outro livro. bob dylan, sociologia, capitães da areia, oscar wilde, teorema do papagaio, allan poe. já nem sei por que aprendi a ler um dia.
segunda-feira, janeiro 13, 2003
LEIS DE ANO NOVO
Cada ano novo vem inevitavelmente acompanhado de bem-intencionadas promesas. Natural. Ano novo, vida nova, certo? Bem, esse ano eu fiz uma lista de todas as coisas que eu venho me prometendo há anos fazer (e dieta não é uma delas, eu juro). Joguei limpo: provavelmente eu continuarei a me fazer essas promessas por muito tempo ainda. Não tem problema, são promessas boas para não se cumprir.
Há algo, entretanto, que eu nunca prometi, e que urge ser mudado. Tamanha é a urgência que poderia mesmo ser uma Medida Provisória pessoal, mas não pode ser provisória, então terei que tomar todos os cuidados para que seja uma Lei.
LEI DE RESPONSABILIDADE EMOCIONAL, DE 13 DE JANEIRO DE 2003.
Eu, Serena Rocha Calejon, faço saber que eu decreto e sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I: DA LEI EM SI
Art. 1º. Fica proibida, a partir desta data, a delegação de sentimentos pessoais, principalmente os maus sentimentos, à responsabilidade de terceiros, sejam eles parentes, amigos, colegas ou completos desconhecidos.
§ 1º. O disposto neste artigo aplica-se objetivamente a ações indiretas de terceiros, de maneira que seja terminantemente proibido sentir-me mal por algo que não tenha sido feito ou dito diretamente contra mim.
§ 2º. Incluem-se nas ações as expectativas não-declaradas de terceiros, com exceção aos completo desconhecidos, que porventura venham a ser frustradas antes que as mesmas sejam declaradas.
Art. 2º. Fica instituído que cada sentimento ruim deve ser evitado e que, caso não seja, deve ter a minha parcela de responsabilidade devidamente encontrada e analisada.
Art. 3º. Caracterizam-se como ações excepcionais:
- o orgasmo advindo do ato sexual
- quaisquer outras exceções que eu porventura achar apropriadas, sem que estas devam constar anteriormente deste artigo, afinal a lei é minha e os sentimentos são meus.
Art. 4º. Revogam-se todas as disposições em contrário.
Cada ano novo vem inevitavelmente acompanhado de bem-intencionadas promesas. Natural. Ano novo, vida nova, certo? Bem, esse ano eu fiz uma lista de todas as coisas que eu venho me prometendo há anos fazer (e dieta não é uma delas, eu juro). Joguei limpo: provavelmente eu continuarei a me fazer essas promessas por muito tempo ainda. Não tem problema, são promessas boas para não se cumprir.
Há algo, entretanto, que eu nunca prometi, e que urge ser mudado. Tamanha é a urgência que poderia mesmo ser uma Medida Provisória pessoal, mas não pode ser provisória, então terei que tomar todos os cuidados para que seja uma Lei.
LEI DE RESPONSABILIDADE EMOCIONAL, DE 13 DE JANEIRO DE 2003.
Eu, Serena Rocha Calejon, faço saber que eu decreto e sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I: DA LEI EM SI
Art. 1º. Fica proibida, a partir desta data, a delegação de sentimentos pessoais, principalmente os maus sentimentos, à responsabilidade de terceiros, sejam eles parentes, amigos, colegas ou completos desconhecidos.
§ 1º. O disposto neste artigo aplica-se objetivamente a ações indiretas de terceiros, de maneira que seja terminantemente proibido sentir-me mal por algo que não tenha sido feito ou dito diretamente contra mim.
§ 2º. Incluem-se nas ações as expectativas não-declaradas de terceiros, com exceção aos completo desconhecidos, que porventura venham a ser frustradas antes que as mesmas sejam declaradas.
Art. 2º. Fica instituído que cada sentimento ruim deve ser evitado e que, caso não seja, deve ter a minha parcela de responsabilidade devidamente encontrada e analisada.
Art. 3º. Caracterizam-se como ações excepcionais:
- o orgasmo advindo do ato sexual
- quaisquer outras exceções que eu porventura achar apropriadas, sem que estas devam constar anteriormente deste artigo, afinal a lei é minha e os sentimentos são meus.
Art. 4º. Revogam-se todas as disposições em contrário.
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